terça-feira, 6 de outubro de 2009

ENCONTRO DO FUNDÃO - CRÓNICA DO BOM MALANDRO

Lx, 6 de Outubro de 2009

Crónica do Alambique de Ouro – Fundão

Caros Colegas/Amigos

Tendo em conta as minhas elevadas funções, como membro (afectivo) do triunvirato que agora cessa o mandato, comandado pela Generala Adelina Matos (esta malta anarquista precisa de mão forte (e inflexível senso), sem a qual nem se governa nem se deixa governar (bem hajas Adelina!), não me foi possível acompanhar todas as divagações do Grupo.

No entanto, não posso deixar de referir que na Erada, após o almoço de cabrito recheado de arroz (deslocarmo-nos tão longe para degustar cereal com bode!) e, por entre montes e serras bravias, quase como surgindo do nada, deparámos com uma pista de Karting, onde como opção da Generala, ficámos abandonados à sorte, eu, o impetuoso Mário Martins (mais conhecido como Very Nice) e o “budista” Amazonas. De capacete arreado até ao pescoço (difícil foi enfiar o capacete naquela cabeça avantajada) e após prévio reforço dos amortecedores e alargamento do carro de combate, eis que aquele colosso de Rhodes (os seus 130 kilos documentam por si), se faz à pista. Vendo aquele bólide disparado como uma flecha e com medo de serem esmagados por aquela fera indomável, todos os outros competidores (que pelos visos eram espanhóis) deixaram a pista livre aquele “pseudo” campeão…

O Very Nice, jura (pelo sangue da galinha) que atingiu a velocidade de 120 Km horários (fantasias de criança adormecida…), quando, o que nós presenciámos, foi uma velocidade média de dois Kms/hora (e estou a ser muito benévolo na mensuração), tendo em conta as vezes que foi necessário o comissário de pista (o nosso colega Zé Manuel – “Caçula”) empurrá-lo, devido às sucessivas paragens, porque o motor (mesmo previamente reforçado) não dava conta do recado… De qualquer forma, foi-lhe dada a bandeirada, terminando em 1º lugar, à campeão, sem adversários visíveis e invisíveis!

Na continuação do nosso passeio e entre oportunas e sábias intervenções da Generala, quer no domínio Histórico, quer na vertente da Natureza (parabéns pelo bom trabalho de casa), chegámos à aldeia de Monsanto. Fiz a subida ao castelo, acompanhado pelo Victor Couto, que desgastado pelo esforço e pelo calor, esbaforido, espumava e transpirava por tudo quanto era lugar e, finalmente, esparramado sobre a muralha granítica, ofegante e quase moribundo, dizia-me numa linguagem do outro mundo, por entre lágrimas de sofrimento expresso: Oh Aleixo, tenho que começar fazer ginástica, senão um dia morro (que verdade insofismável!)! Este desabafo de alguém abatido pela gordura sumptuosa, abafado pelo ventre inchado, deixou-me deveras taciturno e triste, sentimento que se prolongou e que me martirizou durante todo o restante encontro, como os restantes colegas puderam testemunhar…

Mas, para compensar esta angústia incómoda e reflexiva, nada melhor que o jantar e o baile no Alambique de Ouro?! E aqui, num cenário quase surrealista, com foguetório a condizer e casamento à mistura, os dotes de um famigerado cantor (já se tinha feito notar, timidamente, no autocarro) explodiram numa actuação soberba!

Entoando pela enésima vez a famosa cantilena “ O que é que você vai fazer no Domingo à tarde”, de joelhos, numa atitude piedosa e confrangedora, o Atanásio deu um espectáculo de uma qualidade nunca antes ouvida (de como não se deve cantar), com uma voz límpida, forte e, sobretudo, harmoniosa, de fazer inveja a qualquer tenor universal (coadjuvado, no autocarro, pelo não menos invulgar cançonetista Matos). No caso presente, diremos, com toda a justiça, que a cópia foi melhor que o original! Continua rapaz, que os “Óscares” não se farão esperar!

E entre merengues, tangos, outras melodias dançáveis e actuações invulgares de outros cançonetistas, a nossa colega “Cuca” (que raio de impropério!), indiferente a tudo e todos, tranquilamente, lia, relia e decorava a listagem dos autores e respectivas canções (milhares…) que compunham o acervo do “Disc Jockey”, para relembrar os tempos idos… Como há vidas exóticas! Só quase no fim da festa se lembrou que a festa era para dançar e aí deslumbrou com os seus bamboleios de dançarina convicta!

Termino, relembrando/anunciando que o próximo encontro terá lugar na zona do Oeste (Nazaré, Óbidos, Lourinhã…) e que estará a cargo de triunvirato (de novo, este modelo de organização?!), constituído pela Nela Abrantes, Cândida e ELizete. Em nome da organização, ficamos gratos pela Vossa colaboração,

João Carlos Aleixo

1 comentário:

Elizete Jardim disse...

Mesmo não tendo feito o pacote "tudo incluído", com este "relato" do Aleixo, fiquei a par de alguns dos bons episódios perdidos. É muito bom haver alguém que conte as estórias. Obrigada.
No que se refere aopróximo triunvirato, é nece ssária uma rectificação: o trio não inclui a Candida mas sim a Idalina Fernandes. Nós as 3 (Nela, Idalina e Elizete) jamais vamos superar os records que "a coisa" vem adquirindo, mas vamos pelo menos esforçar-nos, para manter a chama viva de maneira que ao 31ª, se siga o 32º e... por aí fora... enquanto os nossos esqueletos... aguentarem...,haja sempre alguém que assuma as funções de membro afectivo desta tão grata como espinhosa missão. Nas vossas agendas, reservem JÁ o dia 9 de Outubro de 2010, pois é a data para a qual vamos apontar as baterias. Em nome do trio, um grande abraço.Elizete.