domingo, 22 de julho de 2007

PARA APRENDEREM UM POUCO DA HISTÓRIA DA CIDADE DE SÁ DA BANDEIRA (LUBANDO) - IV

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NOSSA SENHORA DO MONTE
Os madeirenses que foram chegando em levas sucessivas imprimiam ao pequeno burgo, cada vez mais profundamente, as características indeléveis da sua terra natal, onde a devoção a Nossa Senhora do Monte é nota dominante da vida religiosa do povo. Por isso, nesse mesmo ano de 1901, um grupo de «colonos dirigiu-se ao então pároco de S. José do Lubango, Padre Manuel Francisco Pessoa da Luz, solicitando o seu patrocínio para a erecção duma capela em honra de Nossa Senhora do Monte, a poente da vila de Sá da Bandeira, na Povoação de Cima. No dia 6 de Outubro desse mesmo ano, os interessados, na companhia do pároco des1ocaram-se à Povoação de Cima, a fim de escolherem um local adequado para erecção da ermida. Apareceu-lhes então o «colono» António Firmino Júnior, propondo a venda de um terreno que possuía à entrada e à direita do actual Parque de Nossa Senhora do Monte. Foi aceite a sua proposta de venda do terreno e da casa que nele existia, tudo pela quantia de 44$380 reis Este mesmo grupo reuniu-se ainda no mesmo dia na residência paroquial, sendo eleita uma comissão constituída pelo pároco na presidência e os seguintes vogais: Pio Alberto Marques de Miranda, João da Ressurreição, Casimiro Caldeira Júnior, Ricardo Rodrigues, António Roque de Freitas e António Rodrigues Brunido, João da Ressurreição e Gualdino da Paixão de Sousa ficaram a desempenhar respectivamente as funções de tesoureiro e secretário. Aberta uma subscrição pública para angariamento de fundos, a referida Comissão adquiriu o terreno e começou as obras da capelinha. Parte do terreno era cultivado sob a orientação da Comissão de Nossa Senhora do Monte, revertendo os lucros em favor de melhoramentos que se iam efectuando no local. Orientaram as obras de pedreiro Jacinto Rodrigues e as de carpinteiro João da Silva. As obras iam prosseguindo vagarosamente. E foi junto da capela, ainda em construção, que o mesmo sacerdote celebrou missa campal. em 15 de Agosto de 1902, diante duma imagem de Nossa Senhora da Conceição da Igreja Paroquial. Foram estas as primeiras Festas de Nossa Senhora do Monte, celebradas em Sá da Bandeira. Entretanto continuavam as obras e os melhoramentos do local e seu acesso. Construiu-se uma estrada e desmatou-se a região. Crescia o entusiasmo entre os habitantes do burgo. A Comissão trabalhava sem descanso para levar a bom termo a sua incumbência. O tesoureiro João da Ressurreição, antes de partir para a sua terra natal em meados de 1903, timbrou em oferecer o baldaquino; o secretário Gualdino da Paixão de Sousa mandou construir à sua custa o altar e José Venâncio Ferreira Rodrigues fez oferta da imagem de Nossa Senhora do Monte, que em cumprimento de um voto, mandou executar na cidade do Porto e que lhe custou 72$000 reis. Esta imagem chegou a Sá da Bandeira em 29 de Junho de 1903. A Companhia dos Dragões do Planalto ofereceu o missal, alguns paramentos e o sino.
Em 10 de Julho tomava posse o novo tesoureiro João José Caldeira. enquanto as obras prosseguiam cada vez com mais entusiasmo. Pôde assim concluir-se aquela ermida que custou cerca de 2.200$000 reis, não contando com algumas dadivas em material. O novo pároco, Padre José Martins, devidamente autorizado pelo Bispo de Angola e Congo, procedeu à benção da capela em honra de Nossa Senhora do Monte, em 14 de Agosto de 1903. Do acto solene lavrou-se um auto, que foi assinado na presença de quase toda a «colónia», pelos seguintes nomes: Padre José Martins, Casimiro Caldeira Júnior, João José Caldeira. António Firmino Júnior, Eduardo da Costa e Gualdino da Paixão de Sousa. No dia seguinte celebraram-se as segundas Festas de Nossa Senhora do Monte: missa cantada, bazar de prendas e mais divertimentos com a presença de muita gente da cidade e de outras localidades de Angola. E as Festas de Nossa Senhora do Monte continuaram a celebrar-se com uma certa imponência, todos os anos no dia 15 de Agosto, por vontade da Comissão, a que continuou a presidir o Padre José Martins que, em 1916 se retirou para a Metrópole. Entretanto, também a morte foi ceifando os vogais Ricardo Rodrigues, António Rodrigues Brunido, João José Caldeira e Ant6nio Roque de Freitas. Por isso, em 19 de Novembro, foi escolhida nova Comissão constituída pelo novo pároco Padre Claudino de Nazaré Brites, Manuel Joaquim Fernandes, Jaime Caldeira, António da Paixão de Sousa e Joaquim Roque de Freitas, que tomaram posse no fim da missa celebrada na capela de Nossa Senhora do Monte, em 25 de Dezembro. Em 1919, João Henriques de Azevedo resolveu agregar a si um grupo de cidadãos com o fim de substituir a velha capela por outra mais apropriada a construir no monte. O povo de Sá da Bandeira e dos arredores não se sentiu satisfeito. Os madeirenses pretendiam imitar mais perfeitamente as tradições da sua terra. A capelinha não se podia avistar de longe, como a Senhora do Monte da Madeira. No Parque estava muito escondida. Queriam poder olha-la das suas casas. Desejavam que a Senhora do Monte os visse a trabalhar nos seus campos e contemplasse as suas sementeiras para as abençoar. Ansiavam viver permanentemente sob os olhos de Nossa Senhora do Monte.
Esta nova Comissão era constituída pelas seguintes entidades : Dr. Alfredo Lobo das Neves. Américo Manjericão, Emídio Fernandes, Francisco de Meireles, José Maria da Costa Simões. Luís Marques de Miranda e João Henriques de Azevedo, que logo entraram com 900$ cada um para as primeiras despesas a realizar. João Henriques de Azevedo fez o projecto da actual capela, imitando a traça do templo de Nossa Senhora do Monte, na Madeira. Foi empreiteiro da obra Constantino Roumeliotis, que ergueu a actual ermida. O custo da obra elevou-se a 12.000$00, embora utilizando tijolo e madeira da antiga capela. A nova ermida ainda em vias de acabamento foi solenemente benzida em 16 de Agosto de 1921, sendo o auto assinado por: Padre Manuel António Dourado, Gualdino da Paixão de Sousa. Casimiro Caldeira, Jaime Mendonça Caldeira, Manuel Joaquim Fernandes e António da Paixão de Sousa. Houve missa cantada pelo Padre Henrique Aucopt e sermão pregado pelo pároco Padre Dourado. O terreno com a casa do local onde existira a antiga capela foi comprado por João Ricardo por 2 200$00. Às festas do ano seguinte veio presidir o Vigário Geral da Chela, Padre Benedito Mário Bonnefoux, que celebrou missa solene, acolitado pelos Padres Pedro Topoaz e Manuel António Dourado. Seguiram-se outras comissões que tomaram a seu cargo a celebração das Festas de Nossa Senhora do Monte, todos os anos. E foi a partir de 1930 que a imagem de Nossa Senhora do Monte, no dia 15 de Agosto, era trazida em procissão da sua capela para outra improvisada no Parque, pois tornava-se difícil a muitos devotos, já velhos, subirem a encosta do monte escalavrado.
Em 1931 tomou posse uma nova Comissão constituída pelos seguintes indivíduos: Padre Manuel António Dourado, Gualdino da Paixão de Sousa, Carlos Teixeira Velosa, Raul da Paixão de Sousa e Francisco Baptista. Formou-se ainda uma Comissão de Melhoramentos constituída pelas seguintes individualidades: Dr. Alfredo Lobo das Neves, Luís Marques de Miranda, Emídio Fernandes, capitão Rogério de Paiva Cardoso, João Henriques de Azevedo, Serafim Simões Nunes, Jaime Moreira de Vilhena, José Maria da Costa Simões, Casimiro Caldeira, Manuel Gonçalves Lavadinha e João Pereira do Rio. Pretendia esta Comissão de Melhoramentos rasgar uma estrada de quatro metros de largura até ao meio da encosta, seguida de uma escadaria até à capela, um coreto, bazar e bar, em estilo árabe-oriental com influencias portuguesas. O conjunto ficaria integrado no Parque de Nossa Senhora do Monte, cujo projecto foi realizado pelo Dr. Luís Miranda. Foi ainda constituída uma comissão de senhoras que tomaram a seu cargo coadjuvar nos trabalhos de aformoseamento e de conservação da capela. Era formada pelas senhoras : D. Fernandina de Figueiredo, D. Olívia Simões Nunes, D. Maria Carolina Fernandes Simões, D. Judith Martins Braz e D. Maximina Fernandes.
Segundo o cronista que vimos seguindo, Zarco d'Almeirim, da Sociedade de Geografia de Lisboa, as Festas de Nossa Senhora do Monte, nos princípios da década de 1930 revestiam-se de grande imponência e a elas acorriam todos os anos muitos forasteiros de toda a Província de Angola. Sá da Bandeira, elevada a cidade por Norton de Matos, em 1923, ia crescendo e expandindo-se. Tornava-se mais cosmopolita. As últimas comissões já se sentiam dominadas pelo desejo de urbanização. quando vislumbravam um Parque maravilhoso, que viesse lembrar o do Bom Jesus do Monte, em Braga. Entre 1919 e 1920, a Câmara Municipal abrira uma larga avenida, desde a cidade ate ao sopé do monte.
A certa altura a tradição das Festas de Nossa Senhora do Monte ia-se quase perdendo. Só alguns grupos de madeirenses teimavam em subir, todos os anos, em 15 de Agosto, até à sua capelinha, que continuou sendo a encarnação viva da saudade da sua terra distante, mas nunca esquecida. Depois da romagem piedosa, ficavam-se ali pelo Parque, meio selvagem, mas sempre belo, comendo os seus ranchos cozinhados à base de tradicionais pratos madeirenses. A romaria foi-se reduzindo a uma ténue chamazinha, que os velhos colonos teimavam em manter acesa e transmitir a filhos e netos em toda a sua pureza saudosa. Mas, em 1952, um grupo de homens bons desta cidade tomou a peito a tarefa de fazer reviver com todo o brilho a antiga tradição. A ténue chama teimosamente acesa transformou-se em fogueira que levou a sua luz a todas as terras de Angola. O seu entusiasmo comunicou-se à Câmara Municipal e encontrou valioso apoio e colaboração tanto do Município como do Governo do Distrito. Entidades oficiais e particulares deixaram-se empolgar pela ideia de fazer da romaria de Nossa Senhora do Monte as Festas da Cidade de Sá da Bandeira, imprimindo-lhes brilho e projecção que atraíssem forasteiros de toda a Província.
In: "Boletim Municipal da Câmara de Sá da Bandeira, 1971".

PARA APRENDEREM UM POUCO DA HISTÓRIA DA CIDADE DE SÁ DA BANDEIRA (LUBANDO) - III

LUBANGO – EPOPEIA DE MADEIRENSES A 18 de Outubro de 1884 largava do Funchal o navio «Índia», rumo a Moçâmedes, com mais de duas centenas de madeirenses – homens, mulheres e crianças – os adultos, na sua maioria camponeses. Vinham iniciar o povoamento europeu do Lubango, dentro de um plano traçado pelo Marquês de Sá da Bandeira, Ministro da Marinha e Ultramar. Embarcaram cheios de esperança, confiantes nas promessas que lhes haviam sido feitas. Vivendo, quase todos eles, em condições precárias, acreditaram que, à sua chegada ao Planalto de Moçâmedes, como então era denominada a vasta região da Huíla, encontrariam aqui as Terras da Promissão. Em 19 de Novembro, o «Índia» ancorava em Moçâmedes com uma criança nascida a bordo. Foram, pouco depois, os madeirenses divididos em dois grupos. O primeiro, subindo a serra da Chela, alcançou a margem direita do rio Caculevar no dia de Natal; o segundo, no dia 18 de Janeiro de 1885. As duas viagens consumindo mais de um mês, em carros dos «boers», por caminhos acidentados, em períodos de chuvas, constituíram verdadeiro suplício. Chegaram tristes e vencidos pelo cansaço e mais desanimaram quando viram as instalações que lhes eram destinadas: quatro barracões amplos mas de pau a pique e cobertos a capim, que D. José da Câmara Leme, condutor de Obras Públicas, mandara construir, por ordem do Governador de Moçâmedes. Dois destes barracões eram reservados a casais e crianças; os outros dois aos seus filhos mais crescidos e a solteiros, um para rapazes outro para raparigas. Não seriam melhor os alojamentos de D. José da Câmara e Leme e do médico Rolão Preto, porque eram duas cubatas. Foi considerada como data oficial da instalação da Colónia de Sá da Bandeira o dia 19 de Janeiro de1885. Os pioneiros eram pobres, muitos deles gente de trabalho, outros não, mas nenhum esperava que se lhes deparasse uma situação de tanta promiscuidade e tristeza como aquela, onde estavam ausentes as mais elementares comodidades da época. Protestaram, praguejaram contra quem os iludira. Voltar ao ponto de partida era impossível. E nem eles desejariam, sem dinheiro, sem mantimentos e sem meios de transporte, reiniciar, em sentido inverso, uma caminhada tão longa e tormentosa como a anterior. O mar estava muito distante e ninguém seria capaz de se aventurar por lugares inóspitos como aqueles que haviam sido percorridos.
Coreto do Jardim Municipal onde mais tarde foi construida a Fonte Luminosa
Descontentes, chorosos, lamentando a sua desdita, desamparados e mais pobres do que na sua Ilha da Madeira, que saudosamente recordavam, ficaram. Não lhes era dada outra alternativa, nem sequer podiam decidir. Sentiam-se prisioneiros numa enorme prisão sem grades. E compreenderam bem depressa, alguns sob as ameaças e os castigos de D. José da Câmara Leme, que era homem de pulso forte e temido, outros aceitando as suas resoluções e observando os conselhos dos padres e das irmãs da Missão da Huíla, que tinham de arrotear e semear os campos, que o Lubango era a sua terra e a terra dos seus filhos. Os mais diligentes e mais abnegados lançaram-se à sua tarefa com ardor e entusiasmo. Seis meses volvidos, graças à tenacidade de D. José da Câmara Leme e à boa vontade da maior parte dos povoadores surgiam as primeiras moradias provisórias, espalhadas pelos campos verdejantes do Lubango, onde se fazia uma agricultura meramente de subsistência. Entretanto foram chegando mais madeirenses, uns em grupo, com passagens pagas pelo Estado, outros isoladamente, assim como vieram, de várias partes do território nacional, funcionários públicos, professores, homens de negócios e de profissões liberais, empregados do comércio e da indústria, agricultores e operários, acompanhados de familiares. A população europeia aumentou, a nativa também, o Lubango cresceu e progrediu, em setenta anos lentamente, mas depois a um ritmo impressionante, superior ao da maioria das cidades de Angola.
In: "Boletim Municipal da Câmara de Sá da Bandeira, 1971".

segunda-feira, 16 de julho de 2007

ONDE ESTÁ O WALLY ?

Já vi que ninguém me liga ... ehehehehehe
Vejo-me na obrigação de vos deixar pelo menos à procura do Wally:
Vá ... digam lá ... Onde está?
Uma caixinha de ovos moles para quem descobrir ...

Quem sabe? pode ser que assim alguém acorde!

sexta-feira, 13 de julho de 2007

SEXTA-FEIRA ... DIA 13!

Calma ... não há azar, não senhora.
Hoje é sexta-feira, dia 13, mas não há azar. Por sinal, o nº 13 até é um número de sorte para mim porque é o número do dia do meu aniversário.
Caminhamos a passos largos para o dia 29 de Setembro, data em que nos iremos rever e divertir. Não adormeçam, por favor!
No final deste mês, vão começar a receber as primeiras indicações mais precisas sobre o Programa e a Estadia - local, alojamentos, dormidas, custos, passeio, farra, horários, tempo livre, ... bom, tudo o que faz parte de um tempo que apenas e só a nós nos pertence, longe das obrigações e deveres, apenas com todos os direitos e mais alguns que nos assistem para sermos felizes.
O mês de Agosto é um mês de férias para muitos, para mim, por exemplo, por isso aproveitem para descansar e para, depois de carregarem as vossas baterias, se apresentarem em Aveiro com ânimo, boa disposição e muitos episódios (antigos e novos) para contar.
No "cantinho da cusquice" há lugar para todo(a)s.
Posto isto, fica a recomendação: PREPAREM-SE e aqueles que ainda têm dúvidas sobre a sua presença neste Encontro só vos digo, quem não vier não sabe o que perde. É um peso na consciência que vos vai acompanhar toda a vida ... eheheheheh ...
Entretanto, se quiserem ir dando uma volta pela belíssima cidade de Aveiro ... façam o favor de ENTRAR

sexta-feira, 6 de julho de 2007

RECORDANDO ... MIRA !!!

Não, não é uma passagem de modelos!
Se isto fosse há 30 anos atrás, estariam todos com calça à boca de sino e camisa de mil flores. O tacão alto disfarçava em centimetros de altura, os kilinhos a mais de largura. Já começo a sentir o cheirinho do Old Spice ... ehehehehe
Bom, falemos então de coisas sérias. Vejam se conseguem identificar na janela dos "comentários" as pessoas que estiveram presentes nesse encontro.
Foto 1

Foto 2

PARA APRENDEREM UM POUCO DA HISTÓRIA DA CIDADE DE SÁ DA BANDEIRA (LUBANDO) - II

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SÁ DA BANDEIRA - DATAS HISTÓRICAS
Resenha Histórica de Sá da Bandeira (Lubango)
1627 - O capitão-mor de Benguela, Lopo Soares Lasso, inicia a primeira expedição à região planáltica, ; 1764 - A notícia das condições excepcionais das terras e do clima da Huila inspiram ao Governador D. Francisco Inocêncio de Souza Coutinho os primeiros planos de ocupação do sul; 1769- É criada a povoação de Alba Nova, mais tarde passada a denominar-se simplesmente por Huila, para onde seguem o capitão-mor António Rodrigues Algarve e o padre Capuchinho, Gabriel de Braga, em missão pacificadora; 1789 - Nomeação para Alba Nova do capitão-mor António Rodrigues Jardim, após alguns anos de vida sem evolução significativa; 1790 - Nomeação do capitão-mor Francisco Inácio de Mira, em substituição do anterior; 1828 - Nomeação do regente Felício Matos da Conceição; 1837 - Nomeação do alferes João Francisco Garcia, fundador de presídios e fortalezas; 1843 - Luz Soriano, funcionário superior do Ministério do Ultramar, apresenta uma Memória em que se reforçam as ideias de Sousa Coutinho sobre a ocupação do Sul; 1845 - João Francisco Garcia regressa a Alba Nova, onde funda um presídio e lança as bases da colonização do Sul, com o apoio de comerciantes que percorriam o interior; 1850 - O Ministro do Ultramar, Marquês de Sá da Bandeira, cria o Concelho da Huila; 1856 - O mesmo titular da pasta do Ultramar manda distribuir terras aos soldados que desejem permanecer na Huila, além do subsídio de embarque, sementes e alfaias; 1864 - Inicia-se a grande estrada que ligaria Moçâmedes ao planalto, pela região de Capangombe, passando pelo Bruco e Tchivinguiro; 1866 - Por esta estrada, o Padre do Espírito Santo, Carlos Duparquet, sobe a Chela e começa a exploração das terras altas, em missão científica e evangelizadora; 1880 - Os bóeres, que desde 1652 se fixaram na África do Sul, fugindo à guerra entre holandeses e ingleses começaram a instalar-se na Huila, depois de diligências efectuadas entre o Padre Duparquet e o Governo de Lisboa; 1881 - Os bóeres chegam à Humpata a 4 de Janeiro, fixando-se ali com o seu gado e haveres. No mesmo ano, Duparquet regressa duma viagem à Europa, acompanhado pelo padre José Maria Antunes, que funda a missão da Huila, mandando arrotear 2000 hectares de terreno e dirigindo uma exploração agrícola em moldes evoluídos, numa tentativa para influenciar os nativos; 1882 - O Seminário de Luanda é transferido para a Huila, anexo ao qual passa a funcionar um internato para nativos, onde se ministra o ensino oficial. No mesmo ano, Duparquet funda a missão do Humbe; 1883 - A 17 de Janeiro, a Humpata ascende à categoria de concelho, com uma Comissão Municipal formada por bóeres, sendo administrador o alferes Artur de Paiva, o qual vem a casar com a filha do chefe da colónia bóer, o comandante Jacobus Botha; 1884 - A 19 de Novembro, chegam a Moçâmedes os primeiros Madeirenses que se destinavam à colonização do planalto, num total de 222 pessoas, entre homens, mulheres e crianças; 1885 - A 16 de Janeiro, chega ao vale do Lubango, num local conhecido por Barracões, a segunda leva de madeirenses, sendo a 19 do mesmo mês fundada oficialmente a colónia de Sá da Bandeira, em homenagem ao Marquês com o mesmo nome, que chefiava o Ministério do Ultramar, ficando a ser dirigida pelo condutor de Obras Públicas, D. José da Câmara Leme. No mesmo ano, chega ao planalto a segunda colónia madeirense, num total de 336 pessoas, 42 das quais se deslocam para as margens do rio Chimpumpunhime, fundando a povoação de São Pedro da Chibia, a 16 de Setembro; 1887 - É construída a residência da Administração da colónia de Sá da Bandeira, sendo a mesma ocupada por Câmara Leme. 1889 - Dado o desenvolvimento desta zona, cria-se o Concelho do Lubango, cujo nome provém de um antigo soba "Kaluvangu" que vivia na região; 1890 - Instala-se nas margens do rio Caculuvar, distante oito quilómetros, uma sucursal da Colónia de Sá da Bandeira; 1891 - É fundada a Missão do Jau. É eleita a primeira Câmara do Lubango, sob a presidência de João Gonçalves de Azevedo; 1892 - Fundação da Missão do Tchivinguiro. Artur de Paiva, administrador do Concelho da Humpata é nomeado intendente da colonização branca em todo o planalto; 1894 - Fundação da Missão da Quihita; 1896 - D. José da Câmara Leme é transferido para S. Tomé; 1898 - Funda-se a Missão do Munhino, como prolongamento da Missão-mãe da Huila, onde os padres Bonnefoux e Lecomte vêm a desenvolver uma acção notável; 1900 - O senso deste ano assinala 1.575 habitantes no Lubango, sendo 1.248 da raça branca; 1901 - A 2 de Setembro é criado o Distrito da Huila, sendo o Lubango elevado à condição de Vila, com a denominação de Sá da Bandeira, começando a Humpata a perder a sua importância militar e administrativa; 1906 - Chega a Sá da Bandeira a primeira professora oficial, Dona Irene Betencourt de Medeiros Portela, com ela começando a instalação do ensino oficial, que antes disso estava confiado às Missões; 1908 - O Governador da Huila, capitão João de Almeida, lança as bases do desenvolvimento da futura cidade; 1910 - Ainda durante o governo de João de Almeida realiza-se a primeira Exposição feira Agro-Pecuária da região; 1915 - O General Pereira D'Eça dá como praticamente terminadas as guerras de ocupação do sul; 1918 - Chegada da Esquadrilha Expedicionária de Aviação; 1919 - Funda-se a Escola Primária Superior, a Associação Comercial e Agrícola, a Associação dos Empregados do Comércio e, provavelmente neste ano, aparece o primeiro jornal, de natureza panfletária, O CLARIM, de Joaquim de Figueiredo; 1923 - Sá da Bandeira é elevada a cidade no dia 31 de Maio, por proclamação do Alto Comissário da República, General Norton de Matos, que teve lugar na residência do Governo Geral, na Humpata, Neste mesmo ano, chega a Sá da Bandeira o caminho de ferro de Moçâmedes; 1929 - A Escola Primária Superior, com ensino até o terceiro ano, dá lugar ao Liceu Diogo Cão. Sá da Bandeira tinha nessa data uma população estudantil da ordem de meio milhar. Funda-se o jornal "Notícias da Huila" sob a direcção de Venâncio Guimarães, sendo chefe de redacção o jornalista Filipe Coelho; 1932 - O Padre Carlos Estermann , que se viria a notabilizar como etnógrafo, assume a direcção das Missões; 1935 - Em função do desenvolvimento de Sá da Bandeira, surge o Vicariato Geral da Chela, sob a direcção do Padre Carlos Estermann. Neste mesmo ano a Huila ascende a Província, sendo a quinta da nova divisão administrativa de Angola; 1937 - O Liceu Diogo Cão passa a ministrar o 7º ano, tendo 150 alunos, e é fundado o colégio das Doroteias, "Paula Frassinetti". Cria-se o AeroClube da Huila; 1939 - É fundado o Rádio Clube da Huila; 1942 - É lançada a primeira pedra da Escola Agrícola do Tchivinguiro; 1949 - O Caminho de ferro, em dircção ao sul, atinge a Chibia, em traçado de bitola estreita; 1953 - O Caminho de ferro, prosseguindo da Chibia, atinge o Chiange; Chegam à Matala os primeiros colonos, no seguimento de um programa de colonização do Inspector Superior, Engenheiro Trigo de Morais, programa que começara com a construção da barragem hidroelétrica sobre o Cunene. Começa a publicar-se o "Jornal da Huila", sob a direcção do Comandante de Marinha, Venâncio Guimarães Sobrinho; 1954 - O ensino local é valorizado com a abertura da Escola Industrial e Comercial e um curso de Professores, que se propunha ser o embrião de futura Escola de Magistério Primário; 1955 - O Caminho de Ferro, em direcção ao leste, atinge a Matala. Funda-se a Corporação dos Bombeiros Voluntários de Sá da Bandeira; 1956 - Chega a Sá da Bandeira o seu primeiro bispo, D. Altino Ribeiro de Santana; 1957 - A Escola do Tchivinguiro , em funcionamento deste os primeiros anos da década anterior, ascende à categoria de Escola de Regentes Agrícolas; 1959 - Inicia-se em Sá da Bandeira o primeiro movimento pró-Universidade de Angola. A cidade conta por esta altura cerca de 30.000 habitantes; 1961 - É criado o Instituto Comercial; 1962 - O Governador Geral de Angola, Venâncio Deslandes, anuncia a criação dos Estudos Gerais Universitários, em bases que vêm a ser julgadas inconstitucionais pelo Governo de Lisboa; 1963 - São efectivamente criados os Estudos Gerais Universitários, em Luanda, com delegações em Sá da Bandeira e Nova Lisboa. Cria-se no mesmo ano a Escola do Magistério Primário. Funda-se a Editorial Imbondeiro, sob a direcção de Garibaldino de Andrade e Leonel Cosme, que constitui a primeiro movimento editorial angolano. A Câmara Municipal realiza o I° Encontro dos Escritores de Angola. 1966 - Começam a funcionar os Cursos dos 8º e 11º grupos e as Pedagógicas, na Delegação dos Estudos Gerais Universitários: 1968 - Começa a funcionar, na DEGU, o curso de Ciências Matemáticas. 1969 - Extinguem-se os cursos de preparação de professores e criam-se os bacharelatos de Românicas, História, Geográficas, Pedagógicas e Matemáticas. É criada a Escola do Ciclo Preparatório "Marquês de Sá da Bandeira", logo frequentada por cerca de 1.000 alunos. 1970 - O senso deste ano dava à cidade e arredores cerca de 50.000 pessoas e 85.000 no concelho do Lubango. 1973 - Sá da Bandeira festeja o cinquentenário de sua elevação a Cidade, contando, com as áreas circunvizinhas, cerca de 60.000 habitantes, 6.560 alunos do ensino primário na área do concelho, cerca de 4.000 no ensino secundário, meio milhar no ensino médio e outro tanto no ensino superior. Para assinalar a efeméride a Câmara Municipal realiza o Festival Internacional de Música, com a presença de artistas de várias partes do mundo, sob a direcção do pianista Sequeira Costa, e constrói o Monumento ao Marquês de Sá da Bandeira.
1974 - Matriculei-me no Instituto Comercial de Sá da Bandeira
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